75 anos das Convenções de Genebra: Das áreas cinzentas às novas fronteiras tecnológicas nos conflitos contemporâneos
DOI: 10.5281/zenodo.13939879
Palavras-chave:
Direito Internacional Humanitário (DIH), Convenções de Genebra, Área Cinzenta, guerra moderna, Conflitos ArmadosResumo
As Convenções de Genebra, que há 75 anos formam a base do Direito Internacional Humanitário (DIH), enfrentam desafios crescentes devido à natureza assimétrica dos conflitos modernos e ao uso de novas tecnologias, como drones e ciberarmas. Este artigo explora como essas inovações complicam a aplicação de princípios fundamentais do DIH, como a distinção e a proporcionalidade, especialmente em conflitos híbridos, exemplificados pela guerra Rússia-Ucrânia. A dificuldade de aplicar as normas humanitárias a grupos armados não estatais e as violações recorrentes nos conflitos no Oriente Médio, como na Síria e no Iêmen, ressaltam a urgência de revisar e adaptar o DIH às novas realidades dos combates. Com base nesses estudos de caso, argumenta-se que a proteção de civis deve permanecer no centro das Convenções de Genebra, mas que é necessário fortalecer os mecanismos de monitoramento e responsabilização e criar diretrizes mais claras para regular as tecnologias emergentes no campo de batalha, garantindo assim a continuidade da relevância do DIH nos próximos anos.
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